sexta-feira, julho 04, 2008

# Sem Título #







...depois chegam os dias em que o mundo seca e se dissolve na bruma. Não há mais vida numa árvore nua do que num poste de electricidade, nem mais viço entre o mato do que nas dunas desertas que o vento varre. A neblina desliza entre as montanhas do vulcão antigo, insinua-se pelo espaço que há entre os galhos retorcidos e deposita-se mansamente sobre os apetrechos já falecidos de uma vida esquecida algures. Ou nenhures. Ninguém atirará esta pedra. Nenhum craque loiro marcará um golo nesta rede. Pé algum voltará a calçar o que resta da triste chuteira abandonada ao definitivo rigor de uma manhã de nevoeiro. O pó ao pó, as cinzas às cinzas. Não voltes jamais à vida aonde não foste capaz de ser feliz.

Manuel Jorge Marmelo

2 comentários:

Paulo F disse...

Estas três fotografias são uma coisa...

Lígia disse...

que nó na garganta..